Ao longo da história, o ouro foi considerado um refúgio de valor, sendo considerado o metal mais caro do mundo. A sua estabilidade face às crises e o seu prestígio cultural posicionaram-no como referência económica global. O mesmo acontece, em menor escala, com o platina e outros metais como o paládio ou a prata, utilizados tanto em joalharia como em aplicações industriais.
No entanto, para além dos mercados tradicionais e fora do radar dos investimentos comuns, há um material que tem vindo a ganhar terreno silenciosamente. O seu nome raramente é mencionado fora de certos círculos especializados, mas o seu valor por unidade de massa ultrapassa largamente o de qualquer outro elemento conhecido.
Qual é o metal mais caro do mundo?
O material que hoje ostenta o título de metal mais caro do mundo é a jadeíta. Embora não seja um metal no sentido estrito, o seu preço e raridade justificam a sua inclusão entre os materiais de maior valor económico por peso.
Este mineral pertence ao grupo VIII (silicatos) e é um silicato de sódio e alumínio que cristaliza no sistema monoclínico. Distingue-se por ser um piroxeno de textura fibrosa, translúcido e geralmente branco esverdeado, embora possa apresentar uma ampla variedade de cores.
A jadeíta forma-se em zonas de subducção, onde as condições geológicas específicas (alta pressão e baixa temperatura) permitem o crescimento deste tipo de cristal. A sua dureza oscila entre 6,5 e 7 na escala de Mohs, acima de outros minerais utilizados em joalharia.
Onde pode ser encontrada a jadeíta?
A produção mundial de jadeíta com qualidade de gema está concentrada principalmente em Mianmar, país responsável por aproximadamente 70% do fornecimento global. No entanto, também foram identificados depósitos relevantes em outras regiões do mundo:
- Guatemala (destacada pela sua jadeíta azul).
- Japão.
- Rússia.
- Califórnia (Estados Unidos).
- Cazaquistão.
- México.
- Colômbia Britânica.
- Itália.
- França.
- Turquia.
Nestes locais, a extração é geralmente limitada a zonas montanhosas de difícil acesso, o que aumenta os custos de produção e contribui para a sua escassez no mercado.
Por que é que a jadeíta é considerada o metal mais caro do mundo e o que a torna tão especial?
A jadeíta apresenta uma ampla gama de preços de acordo com a sua qualidade, cor e origem. Os valores por quilate podem ultrapassar amplamente os dos metais e pedras preciosas convencionais. Alguns exemplos são:
- Jadeíta imperial birmanesa não tratada: de 2 a 10 quilates: 500 dólares por quilate.
- Jadeíta branca birmanesa: 90 dólares por quilate.
- Jadeíta não birmanesa não tratada: cerca de 100 dólares por quilate.
- Jadeíta tratada (qualidade média): entre 9 e 400 dólares por quilate.
O exemplar mais representativo do seu valor é o colar Hutton-Mdivani, leiloado por 27,4 milhões de dólares em 2014. A peça, composta por 27 contas de jadeíta, pertenceu à herdeira Barbara Hutton e é considerada uma das joias mais caras já vendidas.
A cor é um dos elementos-chave que influenciam o valor deste mineral. Embora existam exemplares em azul, castanho, branco ou verde-aguamarina, a tonalidade mais procurada é o verde imperial, mais profundo do que o da esmeralda e caracterizado pelo seu alto nível de translucidez.
Outra variedade notável é a jadeíta azul olmeca, conhecida pelo seu uso ancestral na Mesoamérica. A sua raridade e beleza tornam-na especialmente valorizada, embora a sua exploração atual seja marginal e limitada a pequenas comunidades na Guatemala.
Por último, o valor da jadeíta não reside apenas na sua raridade física. A sua importância histórica e cultural, sobretudo na Ásia, teve um impacto significativo no seu preço. Na China, por exemplo, tem sido símbolo de poder e espiritualidade durante séculos.
Este caráter simbólico transcendeu o tempo. Atualmente, a jadeíta continua a ser utilizada como objeto de prestígio ou amuleto pessoal.
Embora no âmbito esotérico sejam recomendadas outras pedras, como a pirita ou o citrino, para atrair riqueza, a sua presença continua a ser habitual em práticas tradicionais.