Poucas vozes são mais autorizadas no panorama culinário espanhol do que a de Karlos Arguiñano para dar conselhos sobre alimentação. O premiado chef, além da sua magnífica carreira na área gastronómica, é uma referência também devido ao seu papel pioneiro como cozinheiro na televisão. São poucas as pessoas dentro das fronteiras do país que não conhecem o seu rosto e, consequentemente, são poucos os que não param para ouvir os seus conselhos sobre culinária e alimentação.
Quando se coloca na mesma frase «comida» e «bem-estar», surge, quase por arte da linguagem, a palavra «dieta», mas a verdade é que nem sempre se deve levar ao extremo o que se ingere. Basta, nas palavras do chef basco, ter um pequeno controlo sobre o que se come e que parte, em primeiro lugar, do bom senso.
«Se eu tomar 3 ou 4 cortados todos os dias…»
No seu caso, tal como detalhou numa entrevista concedida em 2019 ao El Huffington Post por ocasião da apresentação do seu então sexto livro, Cozinhar todos os dias. 1905 receitas. 365 menus para as quatro estações, parte, entre outras medidas, da limitação de um alimento cotidiano: o açúcar. «Deixei de tomar açúcar há 8 ou 10 anos. Se tomo 3 ou 4 cafés com leite todos os dias durante 365 dias por ano, quanto açúcar evitei?», expressava há seis anos.
No entanto, e apesar da veemência com que se pronuncia sobre este alimento, cujo consumo excessivo é amplamente documentado como prejudicial, apelava ao bom senso face às manobras descabidas de muitas posições atuais. «Que digam que beber leite é veneno, não compreendo… Todos nós fomos criados bebendo leite. Por que não comer um pudim ou um arroz com leite?”, lamentava, referindo-se, como exemplo, àqueles que criticam o consumo deste laticínio.
É mais fácil do que tudo isso. «Não é preciso estudar em lado nenhum para perceber que comer de forma saudável é comer um pouco de tudo, com bom senso, e muito de nada», concluía então, sentenciando com seis palavras que ressoam como um ponto final: «Eu vejo assim tão simples».
